Crítica do Filme A Hora do Mal

Em um ano em que o terror voltou a dominar as bilheterias, A Hora do Mal surge como um dos filmes mais comentados de 2025 — e com razão.

Dirigido por Zach Cregger, o mesmo responsável pelo elogiado Noites Brutais (2022), o longa da Warner Bros. mostra que o gênero ainda tem fôlego para surpreender e provocar.

Com uma narrativa ousada, atuações intensas e uma atmosfera sufocante, o filme reafirma Cregger como um dos nomes mais interessantes do terror moderno.

Ficha Técnica

Gênero: Terror, Mistério, Suspense
Ano: 2025
Nota IMDb: 7,5/10
Onde assistir: Prime Video / Apple TV / HBO Max
Duração: 2h09min

Leia a Crítica de O Sobrevivente.

A trama começa em uma pequena cidade americana, onde todas as crianças de uma turma do 5º ano desaparecem misteriosamente às 2h17 da manhã, sem deixar vestígios.

Apenas um aluno permanece. A professora Justine Gandy (Julia Garner) se vê no centro de uma investigação caótica que envolve pais desesperados, teorias bizarras e segredos que a comunidade tenta esconder.

Entre os moradores estão Archer (Josh Brolin), um pai atormentado pela perda do filho, e o policial Paul (Alden Ehrenreich), que tenta dar sentido ao inexplicável.

O desaparecimento coletivo é o ponto de partida para um terror psicológico e moral que vai além do sobrenatural.

Cregger constrói a tensão de forma meticulosa — cada cena é um passo em direção a algo maior, mas indefinível.

Assim como em Noites Brutais, o diretor brinca com a percepção do espectador: o que parece ser uma história sobre o medo e o desconhecido logo se revela uma análise sobre violência, culpa e desespero social.

A grande força de A Hora do Mal está em seu ritmo e estrutura narrativa. A história é contada sob múltiplos pontos de vista — o da professora, dos pais, de um policial, e até de um garoto que talvez saiba mais do que demonstra.

Cada fragmento acrescenta novas camadas ao mistério, e o quebra-cabeça só se completa no terceiro ato, quando o terror simbólico dá lugar à ação física e ao colapso emocional dos personagens.

Tecnicamente, o filme é um espetáculo silencioso. A fotografia de Larkin Seiple transforma sombras em ameaças e cada ruído em uma possível presença.

A trilha sonora minimalista alterna entre o silêncio absoluto e batidas graves que fazem o público prender a respiração.

Cregger entende que o medo nasce da espera — não do susto — e transforma essa espera em uma experiência visceral.

O elenco é outro destaque. Julia Garner entrega uma atuação tensa e contida, transmitindo desespero com um simples olhar.

Josh Brolin carrega o peso da dor paterna com naturalidade, e Amy Madigan rouba a cena em momentos que misturam humor desconfortável e melancolia — um tipo raro de alívio cômico que não quebra o clima, apenas o torna mais humano.

O roteiro, embora complexo, é surpreendentemente coeso. O filme amarra seus elementos com precisão, culminando em um final explosivo, simbólico e satisfatório, que já vem sendo apontado por críticos como um dos melhores desfechos do ano.

É uma conclusão que entrega impacto e significado sem cair em clichês, encerrando o ciclo narrativo de forma circular — uma das marcas registradas de Cregger.

Mais do que um filme de terror, A Hora do Mal é um comentário sobre o medo coletivo, sobre como a violência se infiltra silenciosamente no cotidiano e corrompe o que há de mais inocente.

É uma obra que prefere o desconforto à convenção e, justamente por isso, deixa o público refletindo muito depois dos créditos finais.

Perguntas Frequentes

Qual é a história do filme A Hora do Mal?

O filme gira em torno do desaparecimento de 17 crianças de uma mesma sala de aula às 2h17 da madrugada. A professora e os pais das vítimas mergulham em uma investigação perturbadora que expõe segredos sombrios da comunidade e questiona o que realmente aconteceu naquela noite.

O que significa o título A Hora do Mal?

O título faz referência à hora exata em que as crianças desaparecem — 2h17 da manhã —, simbolizando o momento em que a escuridão assume o controle. Além disso, remete à ideia de que o mal não surge do nada, mas é cultivado silenciosamente dentro das casas e da própria sociedade.

A Hora do Mal é baseado em fatos reais ou em algum livro?

Não. A história é original, escrita e dirigida por Zach Cregger, embora traga fortes influências de autores como Stephen King e filmes como O Iluminado e It: A Coisa. O diretor combina o terror suburbano com uma crítica social contemporânea sobre violência e paranoia.

Qual é o significado do final de A Hora do Mal?

O final revela a verdadeira origem do desaparecimento das crianças em uma sequência intensa e simbólica, que une todos os personagens em um colapso de violência e revelação. Sem entregar spoilers, o desfecho sugere que o mal não é um monstro externo — ele nasce da negligência, do medo e da perda de empatia.

O filme A Hora do Mal é assustador?

Sim, mas de forma diferente dos terrores tradicionais. Em vez de sustos fáceis e sangue gratuito, o medo vem da tensão psicológica e do clima de mistério. É um terror mais maduro, voltado para quem aprecia narrativas inteligentes e atmosferas densas, no estilo de Hereditário e Corra!.

Vale a pena assistir A Hora do Mal?

Sem dúvida. É um dos filmes mais originais e bem dirigidos de 2025, equilibrando terror, mistério e reflexão social. A direção de Zach Cregger, o elenco afiado e o roteiro envolvente transformam A Hora do Mal em uma experiência marcante — uma prova de que o terror ainda pode ser arte.

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